No Piauí, as autoridades frequentemente direcionam ações públicas para interesses pessoais e políticos. Atualmente, isso é evidente em uma obra em andamento na região sul do estado, a cerca de 353 km de Teresina.
Especificamente entre Santa Cruz do Piauí e Picos, o governo do estado, através da Companhia Ferroviária e de Logística do Piauí (antiga companhia do metrô de Teresina), está asfaltando uma rodovia de 21 km, ao custo aproximado de R$ 18 milhões.
Não haveria questionamentos se a obra estivesse sendo realizada pela Secretaria de Infraestrutura, por exemplo. Mas o que a companhia do metrô de Teresina tem a ver com asfalto, ainda mais em uma localidade tão distante?
Além disso, por que essas obras surgem apenas em períodos pré-eleitorais?
No sábado, 13 de julho, foi lançada a pedra fundamental para o asfaltamento, um projeto já envolto em controvérsias.
Fora da área de abrangência
Santa Cruz do Piauí, terra natal do ex-governador Wilson Martins, atual presidente da Companhia do Metrô de Teresina, é diretamente beneficiada pela obra.
O problema é que a pavimentação está sendo financiada com recursos destinados ao metrô da capital, mesmo que a cidade esteja a centenas de quilômetros de Teresina, fora da área de abrangência da companhia metropolitana. E tem mais: não se sabe de nenhum trem passando ali por perto.
Essa decisão levanta sérias questões sobre a legitimidade do uso dos recursos e parece evidenciar uma irregularidade patrocinada por Wilson Martins.
Esconde a origem dos recursos
Outro detalhe interessante: nas matérias que anunciam a obra em portais da região, a companhia do metrô é omitida.
Informam apenas sobre o asfaltamento da estrada, creditando a Martins e ao prefeito como os grandes responsáveis pela realização desse "sonho antigo", conforme matéria no site Manchete Piauí (leia aqui).
O ex-governador tenta esconder a flagrante irregularidade ao utilizar recursos da companhia de trens urbanos da capital numa obra distante, que certamente lhe traria problemas se vivêssemos em um estado pautado pela legalidade.
Para muitos, este é mais um exemplo de escândalo em um estado acostumado a práticas questionáveis, onde obras e investimentos frequentemente favorecem interesses pessoais em detrimento do bem público. (Toni Rodrigues)
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