Lula fala em democracia, mas representa a própria tirania

O suposto governo de Lula não se sustenta em suas constantes aberrações. A mais recente delas: a aparição do Boquirroto Presidencial nas redes sociais em vídeo onde liga para a atriz Fernanda Torres, uma empedernida militante petista, logo após a premiação do Golden Globe. Eles sempre se merecem.

Torres foi destacada pela sua atuação no filme "Ainda Estou Aqui", inspirado em livro do escritor Marcelo Rubens Paiva, e que conta a história de sua família, especialmente de sua mãe, Eunice Paiva, logo após a prisão, tortura e morte do seu pai, o ex-deputado Rubens Paiva. O corpo do político e empresário nunca apareceu.

Eunice Paiva ao lado de Rubens Paiva em praia do Rio nos anos 1970

Paiva já tinha sido declarado persona nón grata pelo regime logo após a instauração da ditudura, em 1964. Ele ajudou na fuga do então deputado federal e opositor ao regime Leonel Brizola. Fez críticas contundentes à ascensão dos militares, ao golpe contra a democracia. Ficou marcado e partiu para o estrangeiro. Algum tempo depois, com saudades da família, decidiu retornar. Foi um grande erro.

Conheci sua história ainda nos anos 80 com a leitura de "Feliz Ano Velho", outro grande sucesso literário de Marcelo. Tenho exemplar autografado. Sempre tive muita revolta contra injustiças - de qualquer lado. Os militares alegam que havia uma guerra em curso. A esquerda radical também praticou muitos crimes e assassinatos. 

Depois eles chegaram ao poder. A família de Rubens Paiva foi indenizada no governo Fernando Henrique. Passou a ser cortejada nos anos do PT. Eunice, grande mulher, morreu em 2018, após conseguir o reconhecimento do governo pelo assassinato brutal do seu marido. O filme trata de um período de incertezas e de trevas.

Mudança rápida para o cenário atual. Lula, suposto presidente, suposto defensor da democracia, na ligação com Fernanda Torres. Parabeniza pelo desempenho. Fala sobre democracia, combate ao radicalismo da "extrema direita", luta contra os "golpistas". Dois dias depois manda representante para a posse do sanguinário ditador Nicolás Maduro na presidência da Venezuela. Numa eleição que o mundo inteiro sabe ele não foi vitorioso.

O filme "Ainda Estou Aqui" fala sobre a luta contra a tirania. Lula apoia e legitima Maduro,que é a própria tirania. E Fernanda Torres sabe muito bem disso.

(Toni Rodrigues)