A deputada estadual Gracinha Mão Santa divulgou, nesta semana, uma nota de repúdio contundente em resposta a declarações do atual prefeito de Parnaíba, Francisco Emanuel. Segundo o gestor municipal, ele estaria sendo pressionado pela deputada a adotar "ações não republicanas" dentro da Prefeitura. A acusação provocou forte reação de Gracinha, que até recentemente era aliada de Emanuel.
Em sua nota, a deputada classifica as declarações como "oportunismo disfarçado de gratidão", lembrando que o prefeito esteve ao seu lado por oito anos na gestão municipal e, nesse período, nunca levantou qualquer suspeita sobre sua conduta. "Sempre elogiou publicamente meu trabalho e dizia dever a mim boa parte do que sabia", afirma.
Gracinha também relembra que Emanuel foi eleito com o apoio do grupo político liderado por ela, sua mãe, a ex-primeira-dama Adalgisa, e o ex-prefeito Mão Santa. “Foi apresentado à cidade como ‘o menino do Mão Santa’. Sem esse apoio, sequer teria sido candidato”, pontua. Para a deputada, o prefeito agora tenta apagar seu passado político e "cospe no prato que comeu".
A deputada reforça que nunca impôs decisões ao prefeito e que todas as nomeações da atual gestão — inclusive de familiares próximos de Emanuel — foram escolhas pessoais dele. “Se não colocou sua esposa na Saúde ou sua mãe na Educação, foi por medo político. Não jogue essa culpa sobre mim”, afirma.
Ela ainda destaca que o processo de transição de governo foi completo e transparente, com acesso total aos dados da gestão anterior, participação em reuniões e comando de comissões. “Não existe desculpa que justifique ignorância ou surpresa. O que existe é má-fé”, diz.
Um dos trechos mais duros da nota diz respeito ao comportamento do prefeito após tomar posse. Segundo Gracinha, Emanuel desapareceu por 20 dias, sem se comunicar com o grupo que o elegeu, e voltou fazendo “acusações falsas e mentirosas”, numa estratégia para justificar sua ruptura política. “Apresentei você à cidade como um jovem preparado. Apostei. Acreditei. E fui traída.”
A deputada também critica o que chama de “vitimismo político”, afirmando que a população de Parnaíba conhece os fatos e saberá distinguir quem sempre esteve do lado do povo.
Em tom de encerramento, Gracinha reforça que seu grupo político segue unido, com "história limpa, mãos limpas e serviços prestados", destacando que a cidade precisa de trabalho, não de discursos vazios ou disputas pessoais. “Diferente de você: nós temos lado, temos palavra, e temos honra.”
A parlamentar ainda lamenta que, apesar de afirmar que não rompeu com Mão Santa nem com Adalgisa, o prefeito nunca procurou os dois para uma conversa direta. “Sempre teve liberdade para dialogar. Mas optou pelo silêncio.”
A crise expõe um racha político importante em Parnaíba e pode ter desdobramentos significativos no cenário municipal nos próximos meses.
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